terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ao ano novo!

2014: fazer o que é possível, sonhar com o que virá para que as sementes possam vingar no momento oportuno!

2014: estar sempre a postos para o que vier e quando vier, saber reconhecer a oportunidade e se permitir aprender na caminhada, sabendo que nunca estará pronto!
 
2014: criar expectativas é bom para nos impulsionar, mas não vou desanimar se elas não se cumprirem no tempo ou como gostaria. Aprendi jogando basquete que para dar um impulso é preciso abaixar e além do mais, meu salto será do tamanho do meu sonho!

2014: estar mais perto dos amigos e de quem realmente amo; cobrar menos de mim e menos ainda daqueles que não me ligam, não me mandam uma mensagem com um "oi", justificada pela correria do mundo, ou por nada; continuar cada dia mais baiana só de pirraça contra a correria do mundo, ou por tudo!

 
Moon, Dez/2013.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

No janeiro

O que restou do amor?
Hoje me assustei
Quando vi nossa vida inteira
Dentro de uma caixa suja de bolor.

As fotos, as cartas, o cheiro..
Tudo me pareceu intenso e frio,
Como as chuvas de janeiro.

O abraço, o laço, o beijo...
Tudo ali imaculado,
Como a reza e o milagreiro.

Então, peço que leve, lave e  louve
Por ser inteiro!

Moon, Jan/2012.
(Para Dani)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Negra dezembro

Ah, esse dezembro nêga...
Me chama, me quer.
Essa sua pele escura,
Esse abraço quente...
Me betuma o corpo,
Me perfuma a mente,
Me ama, mulher.


Essa negra menina, é você!


Se somos todos Olhos d´África,
Herdeiros de Kunta Kinte,
Não importo de ser sua escrava,
Me rendo e ajoelho aos seus pés.
Me mato em seus beijos,
Me atiro no seu convés.
Serei mar do seu navegar,
E os dias de sol do seu viver.



Moon, Dez/2013
(Para Érica)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Elementos da vida

Uma gota de chuva caindo n'água
     formando um círculo,
        abrindo espaço para o nada.

As folhas movem-se com o vento...
     Uma cai e flutua ao léu, livre como o tempo.

As ondas cavalgam em ritmos lentos,
     atiram-se nas pedras e refazem-se sem ferimentos.

Estações vêm e vão, trazem consigo os ares,
     ares de bonança e paz em nossos lares.

Um pássaro pousa na beirinha da praia contemplando o mar
   enquanto não vem a espuma branca, que a areia teima em sugar.

O sol brilhando num finalzinho de tarde.
   Só não brilha mais que seus olhos, um brilho que me invade.

A chuva traz a gota que displicente cai n'água,
   formando um espelho maranhado onde pode-se ver
    a folha flutuar ao léu, ao nada,
    carregada pelo vento, o mesmo que move as ondas
    numa sequência lenta e harmônica.

As ondas que trouxeram a espuma,
   que espantou o pássaro à ronda.

E ele voou rumo à liberdade,
   em direção ao sol brilhante
   que nesse momento levava consigo,
   o tempo entre os ventos
   e seus olhos cintilantes.

Moon, Set/1991.
(Para Tininha)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Súplica a meu Deus!

Eu te amo
E por tanto amar-te, morri.

Depois ressuscitei.
Aos pés de Cristo chorei, sofri.

De tanto sofrer
Por impotente eu ser... Adormeci.

No meu leito doente
Pensando inutilmente, senti:

Que nada podia fazer
Para você não mais sofrer
Então, novamente morri.

Só me refiz em pensamento;
No peito há tanto sofrimento, me desfiz.

Só que o meu amor é tão forte
Que me deu melhor sorte: eu renasci!

Renasci para ajudar
Você a levantar-se. Segui.

Numa súplica a meu Deus
Pedi uma luz ao pedido meu. Sorri.

Pois Ele me sorriu e disse:

"Basta amar e não sofrer,
Basta ajudar no que puder
Porque eu farei o resto.
Eu escrevo em linhas tortas, mas sempre certo.
Eu ajudo a quem precisa e merece,
Eu sei ouvir as súplicas e as preces."

Por fim, eu não mais morri, ou adoeci, ou sofri.

Eu te amo tanto
E por acreditar neste amor
Eu simplesmente, dormi.


Moon, Mar/1992.
(Para minha Mãe)

Livre

Sou como um pássaro,
Mas voo infinito.

Canto muito alto,
Adormeço meu grito.

Sou como o vento: 
Sopro em todos os lugares,
Bailo em seus pensamentos,
Sussurro nos ouvidos dos mares.

Sou um humano:
Outrora sofro, outrora ardo,

Mas odeio, mais amo.
Quanto mais me exponho, mais me guardo.

Moon, Mar/1996.

sábado, 30 de novembro de 2013

Não quero nada do mundo,
Quero tudo de mim!

E a luz da lua beijando todo o mar.

E o pôr do sol, do ser
Despindo-se bem devagar, bem devagar, bem devagar...

(Moon, Jan/1994)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

E quando você disser:
"Um dia a gente se encontra!"
Eu vou rir de você
Porque a gente nunca se perdeu.

Ainda tem você no jeito que eu como, falo, arrumo a casa, me calo...
Ainda tem você no que há de melhor em mim.
E é vida que segue...

Por que um grande amor acaba?
Acaba?!

Sei não... Acho que todo amor é grande
E como tal, resta imortal!    
Sem dor, sem urgência, puro, leve como a alma.

Moon, Nov/2013.
(Para todos os meus amores)

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Eu e Mar


Então atirei-me ao mar
De corpo e alma!

Suas ondas formavam cachos emaranhados
Onde eu me deleitava com prazer
E era por demais feliz.

Ele me dava o ar,
Eu lhe dava amor,
Ele me dava amor e eu...
Eu já era mar!

Éramos ímpar de tão perfeito par.
E aqui estou:
Mar que sou, mar que vou,
Águas claras.
Hei de morrer água!

(Moon, 1995, para Mar Moreno)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Negro Novembro


   Ah... Esse novembro negro!
        Quem chama, que vê?
              Essa pele escura, esse punho serrado,
                  Me betuma o corpo, me tem chamado,
                     Clama por um Deus que chama.
                        Quem vê?
                            Esse negro sou eu, é você!
                               Somos todos Olhos d'África, Zumbi dos Palmares,
                                    Mandela, Anastácia, 
                                      Herdeiros de Kunta Kinte!

Moon, Nov/2013.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Fragmentos - Parte II

O beijo e a faca

O beijo encontrou na faca
Uma forte aliada para o seu poder de sedução.
A faca, lisonjeada com a escolha, sorri
Por saber que dilacerou mais um coração.
E o beijo?
Este sorri ainda mais, por que roubou a vaidade da faca.


A menina e o chão

Um céu deitou-se por cima de Clara
Que há horas, deitada em sua cama de menina,
Sonhava com o príncipe que deveria estar no seu céu.
O príncipe, numa repentina aparição,
Lhe trouxe flores, lhe fez amores,
Acordou Clara, sumiu com o seu céu,
Deu-lhe um chão.

Moon, Out/1996.

sábado, 16 de novembro de 2013

Fragmentos - Parte I

"O poeta e a dor"

E então a dor disse ao poeta, num tom muito desaforado,
Que este lhe pertencia.
O poeta apenas sorriu, lisonjeado que estava, 
pois só ele sabe que às vezes é preciso a carne judiada,
para que venha a poesia sentar-se à sua sala.


"A mulher e a corda"

A corda, tentando equilibrar-se sob os pés da fêmea decidida,
cai em suicídio, diante da força do frágil.


"As asas e o abismo"

O homem com as asas abertas e risonhas
Alça voo em seu próprio abismo.
Ignorando sua humana condição, assusta-se
Ao dar-se conta de que só o abismo lhe pertence.

                                                                                                                     

   Moon, Out/1996.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Não por mim


Não chore por mim
Nem uma gota da sua solidão.
A solidão é um vazio,
É a sua vaidade te convencendo que você se basta
Enquanto o mundo permanece girando, girando...
Com ou sem você.

Não espere por mim
Nem uma batida do seu coração.
O coração é um mundo todo!
É o olho da criança faminta,
Quando a fome não é por comida,
Enquanto o mundo permanece faminto, faminto...
Com ou sem você.

Não sofra por mim
Nem uma reza 'pros' seus pecados.
O pecado é a redenção.
É o pássaro te salvando da sua prisão
Enquanto o mundo permanece
Girando, faminto e pecando
Com ou sem você.

Moon - Out/2013

Pode entrar!

Sintam-se em casa, dividam comigo minhas alegrias, dores, amores, sentimentos vivos, tortos, mas nunca mortos, jamais!
Tudo vive dentro de mim, todo segundo pulsa e por isso a vontade de partilhar. Se te servir como serve a mim, que bom!

Todos os direitos do tempo e do não pertencimento, uma vez soltos ao vento, deverão ser creditados à autora.

Sejam bem-vind@s!
Moon.